“Definitivamente João não está tendo um bom dia no trabalho. Ele mal chegou no escritório e já o comunicaram que um contrato importantíssimo foi cancelado. Ao pegar um café, ele derrubou todo o líquido quente na sua camisa. E então seu celular começa a tocar sem parar, e ele não consegue achar seu aparelho, deixando-o mais agitado e com as emoções a flor da pele..”
E você, o que você faria se fosse o João?
Reflita com sinceridade. Já escutei respostas como ” se fosse eu, começaria a chorar pensando porque quando tudo que começa bem, sempre acaba mal? Outros já disseram que “ia sair brigando, que alguém é o responsável pela perda do contrato.”
Bem, o que vimos acontecer de verdade, nessas duas frases, são acessos de raiva. O primeiro tenta conter sua raiva, derrubando tudo o que estivesse à sua frente; o segundo tentando descontar sua raiva em alguém que provavelmente não tem nada a ver com a história. Outros vão xingar e passar o resto do dia nervoso e mal humorado.
Felizmente, já ouvi pessoas que conseguiram contornar problemas sérios, “tentando tomar um ar e respirar melhor” para se acalmarem; limpando a camisa antes de fazer qualquer outra coisa; procurando calmamente o celular , porque é fácil saber quem ligou e retornar a ligação.
Ao acalmar nossas emoções, conseguimos entender os motivos reais da situação e só então, buscamos por possíveis soluções, visando resolver o problema, como, por exemplo, o do contrato cancelado.
Inteligência Emocional: Entender suas emoções e seus efeitos
E você, como lidaria com esta situação? Com os seus sentimentos e as emoções que surgiram ali, naquele momento? E a forma que você lida com as adversidades da vida, que determinará se você faz uso ou não da sua inteligência emocional.
Portanto, saber identificar e compreender os seus sentimentos e as suas emoções, conseguir lidar com eles e “gerenciá-los”, é o que chamamos de inteligência emocional. É um termo que está em alta nos últimos tempos. E com toda a razão.
Saber usar a inteligência emocional não é nada fácil.
Principalmente, porque estamos superando um período de pandemia que acentuou problemas de ordem de saúde, familiar, profissional, social e econômica. A pressão que todos nós sofremos, foi muito grande, impactando nossa estabilidade emocional.
Infelizmente o acesso ao desenvolvimento socioemocional é muito pequeno. De acordo com a OMS – Organização Mundial da Saúde – o Brasil tem o maior número de pessoas ansiosas do mundo, atingindo 9,3% de sua população, ou seja, 18,6 milhões de brasileiros. Esses dados são alarmantes, pois a cada ano, esse número vem aumentando drasticamente.
Esses dados têm aumentado cada vez, devido a pandemia, trazendo resultados catastróficos para empregado e empregador. As consequências da instabilidade emocional, a dificuldade de sentir as emoções, entende-las e aceitá-las, resultou no aumento de afastamentos do trabalho, demissões, prejuízo para as empresas tanto financeiro quanto de pessoas, além de gastos excessivos para o governo em saúde, isto é, quando há atendimento. É um verdadeiro efeito dominó.
No entanto, essa situação poderia ser ao contrário se houvesse mais conscientização por parte da população e até mesmo, condições adequadas de atendimento no sistema público de saúde e particular. Quanto mais entendermos a forma como agimos e reagimos às nossas emoções, mais fácil será lidar com os inconvenientes do dia a dia e mais bem preparados estaríamos para situações que estivesse fora do nosso controle.
Por qual razão deve-se investir na inteligência emocional?
Saber conduzir as situações difíceis não só no mundo corporativo como no pessoal, é essencial, isso porque a Saúde Emocional está ligada diretamente na forma como conduzimos nossa vidam refletindo diretamente na autorrealização. Portanto, se a pessoa não estiver bem com sua vida familiar/pessoal, equilibrada emocionalmente, não sabendo lidar com os percalços da vida, automaticamente, afetará em seu trabalho e vice-versa.
Cuidar da saúde mental e desenvolver a inteligência emocional, certamente, podem ajudar a reverter quadros nos quais há situações complexas a serem resolvidas. E é nesse momento que entram os especialistas dessas áreas: terapeutas, psicólogos, psicanalista e especialista em desenvolvimento da inteligência emocional.
Infelizmente, esses especialistas são procurados em situações agravantes, quando estão em condição de extremo sofrimento psíquico, buscando esperançosamente a “cura”. Contudo, há quadros irreversíveis apenas com terapia, sendo necessário a inserção de medicamentos. De acordo com a Saúde Business, menos de 3% da população faz terapia, sendo que quase 60 milhões de brasileiros têm algum transtorno mental diagnosticado.
Para se ter uma ideia da falta de conscientização sobre a saúde mental e desenvolvimento da inteligência emocional, eu fiz uma enquete no meu LinkedIn, para saber se as pessoas sabiam o que era inteligência emocional. Questionei se ela “é influenciada por uma combinação de traços de personalidade e temperamentos.
Mas afinal, Você sabe o que é inteligência emocional?
- 89% dos que responderam a enquete disseram que sabem o que é.
- 11% disseram que não sabem o que é inteligência emocional.
Pelo resultado, parece que as pessoas sabem o que é de inteligência emocional. Mas será? Primeiramente, é preciso entender que a “inteligência emocional é uma metodologia que busca identificar e estimular os traços de personalidade que podem contribuir para a evolução pessoal e profissional de indivíduos.“
E a terapia faz parte do processo de desenvolvimento da Inteligência Emocional, visto que nessa caminhada se faz necessária a superação de traumas emocionais em prol de novos caminhos onde as emoções possam ter mais equilíbrio, levando a pessoa à uma vida mais plena e feliz em diversos aspectos.
Pode parecer complicado entender o que se está sentindo num determinado momento e principalmente conseguir controlar tatas emoções, que muitas vezes nem temos a consciência da sua origem. Como o caso do João, por exemplo, talvez você até pense que João jamais conseguirá tomar uma atitude adequada. Porém, muitos estudos comprovam que as pessoas mais bem sucedidas têm inteligência emocional acima da média.
E o interessante é que, independente de ter ou não, Inteligência Emocional, você pode desenvolvê-la ao longo da vida.
Por exemplo, uma pessoa que tem acessos de raiva porque algo não saiu como ela planejou. Essa pessoa pode passar a entender, porque reage daquela maneira, tomando consciência dos seus sentimentos e emoções para que em seguida tenha mais controle das suas emoções.
E o primeiro passo é saber identificar o gatilho que causou o acesso de raiva, para que em seguida possa, de forma consciente, tentar identificar as emoções que desencadearam a reação raiva. Neste momento, é preciso procurar por especialistas para auxiliá-lo nessa jornada.
Também é possível refletir ao final do dia as diferentes situações vividas: como se comportou, se agiu ou não por impulso, se começou o dia bem e terminou mal, e pensar o que poderia ser feito. Aos poucos você passa a ter mais consciência e vai mudando seu comportamento “automática”.
Prática da Empatia: melhoria nas inter-relações
Ainda, outra atitude que aliás é uma excelente maneira de aumentar a inteligência emocional, é a prática da empatia, ou seja, saber se colocar no lugar do outro, buscar sentir o que o outro sente, e ter a capacidade de realmente ouvi-lo.
Lembra do João? Imagina se ele tivesse saído gritando com todo mundo! Como as pessoas se sentiriam, sabendo que não são culpados com o que aconteceu com ele? Agora pense em como ficaria o clima no escritório quando o acesso de raiva do João passasse? Complicado, né?
Por isso afirmo que a inteligência emocional é de extrema importância para as nossas interrelações. Ela faz toda a diferença para que conquistemos nossos objetivos.
Bom, o assunto é apaixonante, tenho muita coisa a falar ainda sobre ele, Mas hoje, vou parar por aqui. Até porque em breve eu trarei muito mais novidades relacionadas à inteligência emocional para você.
Afinal, cuidar da nossa saúde mental é uma necessidade! Principalmente porque ela traz benefícios para a sua vida pessoal e profissional. Agora me conta, você acha que tem inteligência emocional para lidar com a maioria da situações do seu cotidiano?
Conte aí, a sua opinião sobre este assunto
Deivison Pedroza – Investidor / Conselheiro / CEO / Palestrante
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