As tendências de consumo da sua audiência

Vamos falar sobre tendências de consumo. Mas antes, gostaria de comentar sobre um texto que escrevi, chamado “Na era do barulho, atenção vale muito mais que audiência”. Nele eu defendia a ideia de que, em um mundo cada vez mais competitivo, cheio de informações de fácil acesso e barulhento até demais no exagero de propagandas e informações, precisamos ser notados pelos nossos clientes.

E uma das principais formas para isso acontecer era através da tecnologia, considerada um dos melhores canais de divulgação e comunicação, já que passamos grande parte do nosso dia olhando para os nossos smartphones e conectados à internet. Com este aparelho realizamos todas as operações que precisamos e, sem sair de casa, podemos comprar o que quisermos, pesquisar sobre o que quisermos, falar com quem quisermos. 

Mas isso foi antes da pandemia da pandemia. Será que a tendência pós pandemia é continuar assim? Ainda vamos precisar chamar a atenção do cliente? Usar tecnologias, especialmente as digitais, será a melhor estratégia para isso? Será que o consumo vai mudar a ponto de mudar nossos próprios negócios?

Ainda não cheguei a conclusão para responder à essas perguntas. Mas analisando o que vem sendo publicado nos mais diversos canais de comunicação e o que especialistas vêm nos alertando, minha opinião é de que esta pandemia vai mudar a forma como a gente vive, como a gente faz negócios, como as coisas acontecem e como consumimos. Por isso, chamar a atenção do nosso cliente é uma das estratégias mais valiosas que temos para a superação.

Fique atento às mudanças: V.U.C.A

Só que esse “chamar a atenção” mudou e ainda vai mudar bastante, e o que funcionava há alguns meses pode se tornar obsoleto ou até insuficiente em um futuro próximo.

O comportamento do mercado de consumo mudou. É importante analisar a tendência de consumo da sua audiência, pois essa mudança ocorreu de forma rápida, quase que no susto. O que poderia ter levado anos ou décadas para acontecer, mudou em semanas. Diante disso, nós precisamos exercer a resiliência, precisamos aceitar e nos adaptar diante disso. Vou dar alguns exemplos.

Houve mudanças no estilo e nas formas de vida que tínhamos. Hoje, muitos consumidores adotaram o DIY, sigla inglesa para “do it yourself” o “faça você mesmo”, e assim estão aprendendo novas habilidades, como assar, cozinhar, costurar, tocar um instrumento musical, fazer artesanatos, fazer sua própria unha e cabelo, etc.

O DIY é uma grande tendência que veio para ficar, já que as habilidades adquiridas certamente não serão deixadas de lado depois da crise. E provavelmente incentivarão o aperfeiçoamento delas ou a busca por mais aprendizados. E todas estas habilidades são aprendidas na forma digital. Não é à toa que sites de culinária, de vendas de eletrodomésticos, de tutoriais, por exemplo, estão notando um aumento significativo de seu tráfego e quantidade de produtos vendidos.

Mudanças fazem parte do crescimento: é na crise que se cresce

Houve mudanças também na percepção das marcas, ou seja, os consumidores estão mais atentos às marcas que fazem boas ações, e estão mais atentos ainda se as boas ações vão perdurar depois que passarmos por esta fase e se o que prometeram será efetivamente cumprido.

Houve também mudanças quanto à forma de fazer compras, principalmente as que antes eram feitas fisicamente nos supermercados. Quanto mais velhos os consumidores, mas havia receio em adquirir qualquer tipo de produto pela internet. Com a quarentena imposta a essa parcela da população, quase que não sobrou alternativa a não ser adotar esta modalidade de compra. E muitas dessas pessoas gostaram, e seguramente após a pandemia, muitos continuarão consumindo dessa forma. 

O mesmo vale para as consultas online liberadas para médicos e outros prestadores de serviços médicos, que através da internet e da tela de um smartphone ou computador podem consultar seus pacientes em situações não emergenciais com total segurança. 

Nessa mesma onda, de analisar as tendências de consumo, os bancos digitais também vêm ganhando espaço como alternativa para gerenciar contas quando não se pode ir até uma agência bancária. Tanto que alguns desses bancos até ampliaram os serviços oferecidos na modalidade digital. É uma tendência muito forte que estes tipos de serviços continuem a se desenvolverem e se aperfeiçoarem no período da pandemia.

As lives de vendas feitas nas redes sociais é uma outra tendência que veio para ficar, pelo menos por um tempo. Elas abrem novas oportunidades, permitem surgir novos negócios, facilitam a conexão de diferentes pessoas de diferentes lugares, com menos custos e simplificando muito as operações, além de ajudar a compreender as tendências de consumo dos seus clientes.

Entenda as necessidades da sua audiência

Entender as necessidade do seu cliente e ofertar produtos e serviços que resolvam o problema é uma ótima forma de recriar seu negócio, podendo até gerar um formato de negócio. independente. daquele que você atua. As lives são excelentes ferramentas para isso, pois possibilitam que o consumidor se aproxime do seu negócio e se identifique com ele, percebendo-o de uma forma que talvez nunca tinha imaginado, criando novos tipos vínculos só possíveis com esta forma de interação.

Isso é mais visível no caso das lives artísticas, que levam milhões de telespectadores para a frente das telas dos smartphones, computadores e TVs. Mas pode ser aplicado em qualquer outra área. Tanto que o número de lives aumentou consideravelmente durante a pandemia, algumas feitas apenas de casa, de forma simples, e outras que contam com uma produção maior, até com patrocinadores.

Muitas lives também são feitas por pessoas que jamais pensaram em fazer esse tipo de transmissão um dia na vida. Mas, entenderam que para crescer sua audiência e expandir seu negócio, era preciso analisar cuidadosamente a tendência de consumo da sua segmentação.

Tendências de Consumo impulsionadas pela Crise

Sei que existem muitas outras tendências de consumo para o mundo pós-pandemia. Mas para resumir, vou utilizar as elencadas pelo relatório “A POST-CORONA WORLD – 10 emerging consumer trends that have been radically accelerated by the crisis” (“O mundo pós-Corona – 10 tendências de consumo que foram radicalmente impulsionadas pela crise”, tradução livre), da Trend-Watching:

1. Virtualização geral com o crescimento das experiências;

2. Relações mais virtuais – shows, museus, viagens e reuniões;

3. Fusão de e-commerce e transmissão ao vivo (streaming);

4. Automatização de processos (relação homem/robô e IA);

5. Crescimento dos bens virtuais como símbolos de status;

6. Preocupação em estar em ambientes saudáveis;

7. Auto aperfeiçoamento por meio de cursos e contatos online com especialistas e mentores;

8. Necessidade de desenvolver habilidades domésticas, por anos negligenciadas;

9. Demanda por suporte e ajuda constante para melhora do bem-estar mental; e

10. Sustentabilidade por meio do compartilhamento de soluções open source.

Sem dúvidas o mundo está mudando

Conseguimos resistir, de um modo geral, até que bem e saímos fortalecidos. Precisamos apenas estar atentos ao que está acontecendo ao nosso redor. O mercado de consumo é uma dessas áreas que não pode passar despercebida. 

Precisamos continuar a achar formas inovadoras de chamar a atenção e mostrarmos que merecemos essa atenção, através de novos canais e interfaces que façam jus a um consumidor cada vez mais atuante, consciente e exigente.  Precisamos fazer a diferença real na vida das pessoas, entendendo verdadeiramente como o consumidor mudou nesta crise. 

Precisamos atuar de forma transparente e com um propósito verdadeiro, ouvir os clientes, manter os relacionamentos, engajar o seu público, tudo isso precisa ser intensificado agora e claro, muito mais depois.

E você, no que apostaria?

Deivison Pedroza – Investidor / Conselheiro / CEO / Palestrante

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